PLENÁRIA NACIONAL DO FÓRUM SOCIAL PORTO ALEGRE – 15 ANOS
11deAbrilde2015 – 9hs – Fórum Democrático
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
9hs – Abertura
Apresentação das Organizações e Militantes presentes.
9h30m – BALANÇO DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2015, Túnis
Foi um Fórum vitorioso realizado no país onde iniciou o movimento denominado de “Primavera Árabe” e ainda um dos únicos lugares onde não se reverteu para um “inverno árabe”, ou seja, para guerra civil ou ditadura.
Para a luta democrática na região, estes anos em que o FSM esteve no norte da África foi fundamental. Foi fundamental o FSM apoiar um espírito de tolerância, de respeito às diversidades, até mesmo da religiosa. Houve uma presença da juventude tunisiana, argelina, marroquina, magrebina, brasileira. Foram 120 países presentes, a delegação brasileira eram a 5 delegação.
A delegação brasileira teve um balanço positivo com muitos jovens, mulheres, negros. Muitos pela primeira vez em uma edição do Fórum Social fora do Brasil. Embora, no coletivo brasileiro às vezes parecia que cada um defendia seu estado e sua agenda. A delegação do Governo Federal foi frágil e pequena… não haviam ministros, somente representantes. A Casa Brasil se tornou um ponto de encontro e foi um espaço de debate.
Muito elogio aos voluntários. Parabéns ao pessoal da Abong que recebeu à todos e deu toda a assistência necessária. Problema sério era a questão da tradução. O que mudava era o país, mas a realidade de exclusão é sempre a mesma. A questão da juventude, do feminismo eram muito forte. O Movimento Hip-Hop começou a aparecer do meio do FSM para o final do evento.
Houve muita chuva, muito barro, o Acampamento Intercontinental da Juventude ficou muito abandonado, parecia as edições em Porto Alegre. Muito barro. Apesar disto, para muitos militantes foi uma oportunidade de se reconectar com a luta real ao conhecer aqueles países no meio do mundo árabe, cheio de complexidade e peculiaridade continua se mantendo na luta,
As Mesas iniciaram com atraso, mas o debate sempre foi muito bom. Há um crítica clara as opções de alianças ao centro. Mesmo as alternativas de esquerda não acreditam mais nestas alianças. Mas no Fórum Social as discussões são sempre democráticas. Vivemos o apogeu da democracia participativa.
Tivemos um sopro de vida e cada vez mais o FSM se mostra que é uma alternativa. Mesmo com as contradições, com o apoio da Petrobras, há muito debate, há clareza ideológica. É preciso reconhecer que há movimentos e governos de esquerda e que há movimentos de centro e de direita. O FSM tem que repensar sua dinâmica em relação aos partidos de esquerda que lideram agendas de transformação em todo o mundo, não só na América Latina.
Foi uma experiência muito importante. Primeiro para poder sair daqui, como cadeirante… literalmente fomos rompendo barreiras. Houve articulação entre as periferias. Jogamos bola com as crianças. A Marcha da Abertura foi expressiva, abaixo de chuva e contou com mais de 20 mil pessoas que marcharam pela paz e contra o terrorismo. Foi uma Marcha tensa por causa do atentado. O companheiro Iuri de Porto Alegre por ser negro, com semblante árabe e carregava a mochila com os equipamentos eram constantemente parado para se revistado e chegou a ser detido por estar tirando fotos.
Marcha de Encerramento foi um problema no final porque se confundiu com a “Marcha dos Presidentes” contra o terrorismo. Nos sentimos todos muito bem acolhidos. A reunião do CI foi muito concorrida. O Leonardo da CUT fez uma fala e a entrega de um abaixo assinado defendendo a proposta do FSM em Porto Alegre. No entanto, o próximo Fórum Social Mundial será em agosto de 2016 no Quebec/Canadá.
QUESTÃO A ENCAMINHAR:
- Como fazer a tradução do material que veio de Túnis seja traduzido.
- Haverá uma reunião do CI em Salvador no segundo semestre de 2015 que, se for muito no final do ano, poderá comprometer a presença do CI em Porto Alegre em janeiro de 2016. Ver como acompanhar este processo.
- Haverá o Fórum Social Temático sobre Reforma Política nos dias 03 a 05 de julho de 2015 em São Paulo, o material do Fórum Social Porto Alegre deverá estar pronto até lá.
II – BALANÇO DA CONJUNTURA NACIONAL
A luta de classes retornou a pauta com toda a força. A direita se encorajou para ir para as ruas, militantemente. Está organizada e na ofensiva política. Os movimentos sociais ficaram assistindo, cada um cuidando de sua agenda, sem articulação política. Sem visão estratégica. Estão dispersos e com um sentimentos contraditórios em relação as governos de esquerda.
Passados os processos eleitorais, falta de convicção aos governos de esquerda de assumir as bandeiras e a pauta dos movimentos sociais. Esta postura faz com que cresça na base da sociedade, mesmo aquela comprometida com as mudanças sociais, um sentimento de que nenhum partido, nenhuma instituição, nenhuma liderança as representa.
O possibilidade de acesso aos direitos sociais gerada pelas políticas públicas dos governos de esquerda, sem mexer nos interesses do grande capital, se esgotaram. Agora, ou haverá um enfrentamento com os interesses destes setores econômicos, ou haverá retrocessos. A prova disto são as pautas do Congresso Nacional: redução da maioridade penal, terceirização, retirada do direito do Executivo demarcar as terras indígenas, etc… A nossa agenda política tem que ser: Nenhum Direito a Menos.
Parte das pessoas que estão nas ruas não é contra o estado, pelo contrário, quer mais estado. O Fórum Social pode ser um espaço para apontar caminhos. Um outro mundo é possível. Qualquer saída passa por mais democracia. Então nosso eixo é a crise da democracia. Queremos mais democracia. Democracia Permanente. Democracia Sem Fim.
A direita está tentando colocar em prática aquela máxima usada contra Getúlio Vargas em 1951 e Jango em 1961: Eles não podem ganhar as eleições. Se ganhar, não podem tomar posse. Se tomar posse não podem governar. Este acirramento está mudando a qualidade da luta política no país e as esquerdas não estão sabendo como agir neste novo contexto.
A maioria dos movimentos e das lideranças tradicionais se acomodaram e estão longe da juventude da periferia que são os novos agentes da transformação social no país. O novo não quer o que está aí, mas também não sabe o que colocar no lugar. É preciso romper a dicotomia entre o velho e o novo. É muito importante a troca de experiências entre os velhos e o novos movimentos porque um tem muito a aprender com o outro. O Fórum Social pode ser um espaço deste diálogo, desde que, a metodologia crie as condições para trocas.
III – CARÁTER DO FÓRUM SOCIAL PORTO ALEGRE – 15 ANOS
Questões Gerais.
Ainda são as contradições que movem o mundo. E nossa realidade está repleta de contradições. É preciso explicitá-las.
O “austericídio” na Europa e os ataques aos direitos na América Latina fazem parte da mesma estratégia do capitalismo internacional. Temos uma agenda comum para debater no Fórum Social.
O Planeta Terra continuará existindo por milhões de anos. A questão colocada é se a humanidade fará parte desta história. A crise da civilização está no centro da agenda política e o lema “outro mundo é possível, é urgente e necessário” continua atual.
É preciso repensar a dinâmica do Fórum Social, seu desenho precisa ser inovado, criar coisas novas do ponto de vista metodológico. O desenho, no geral, está esgotado porque cada movimento vai para o mesmo espaço físico mas não conversa com os outros. É preciso renovar e reinventar o modo de fazer Fórum Social…
A questão é como fazer com que as individualidades contemplem a maioria e não cada um pensando em si. Tem que reforçar a pluralidade. É preciso colocar a juventude na área central e não distante. A própria lógica do convite tem que ser diferente. Os debates tem que ser mais dinâmico. Porto Alegre já foi protagonista porque iniciou o Orçamento Participativo e o próprio Fórum Social Mundial. Temos que ter ousadia e propor coisas novas.
O Fórum Social é um espaço de formação ideológica dos quadros. Tem caráter pedagógico, educativo e formativo. Tem que funcionar como processo e não como evento. Por isso, o desafio é descentralizar o Fórum, levar para as comunidades, para a periferia. Não ficar só em janeiro, tem que iniciar as atividades político culturais desde agora.
IMPORTANTE: Dar um prazo para definição da logística para que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre possa licitar a estrutura. PRAZO ACORDADO: 30/Julho/2015
IV – PROPOSTA FINAL
Contexto:
CONFLITO DE CLASSES ESTÁ NA AGENDA
A CRISE CAPITALITA NOVAMENTE PRECARIZA DIREITOS
AS INSTITUIÇÕES DE ESQUERDA ENVELHECERAM
O FÓRUM SOCIAL PRECISA SE REINVENTAR
Eixo
EIXO PRINCIPAL É A AGENDA DEMOCRÁTICA
Caráter
O FÓRUM SOCIAL É UM PROCESSO PERMANENTE
PEDAGÓGICO
EDUCATIVO
FORMATIVO
CULTURAL
Política Cultural
AS ATIVIDADES POLÍTICO, SOCIAIS E CULTURAL ANDAM JUNTOS
Metodologia
VAMOS PENSAR UMA DINÂMICA DO FÓRUM SOCIAL PARA RESGATAR OS MOVIMENTOS SOCIAIS HISTÓRICOS E ENVOLVER OS NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS
VAMOS REALIZAR ATIVIDADES NA PERIFERIA DA REGIÃO METROPOLITANO
DENTRO DA DINÂMICA Do PROCESSO VAMOS PROMOVER UM DIÁLOGO E CONTROVÉRSIAS ENTRE MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTIDOS DE ESQUERDA
TODO MÊS TEREMOS O DIA DO FÓRUM SOCIAL PORTO ALEGRE 15 ANOS EM ALGUMA COMUNIDADE DA PERIFERIA. VAMOS ORGANIZAR COMO ATIVIDADE PREPARATÓRIA O “FÓRUM SOCIAL DA PERIFERIA – Vamos mexer no nervo que tá doendo”
Sugestões de Lema:
“FÓRUM SOCIAL PORTO ALEGRE – 15 ANOS
“Mais Democracia Sempre”
“FÓRUM SOCIAL PORTO ALEGRE – 15 ANOS
“Democratizar a Democracia”
“FÓRUM SOCIAL PORTO ALEGRE – 15 ANOS
“Democracia Sem Fim”
“FÓRUM SOCIAL PORTO ALEGRE – 15 ANOS
“Uma Outra Democracia É Possível”
V – ENCAMINHAMENTOS
Realizar uma Plenária de Organização do Fórum Social Porto Alegre no dia 23 de Abril de 2015, as 19hs, na Casa dos Conselhos de Porto Alegre;
- Realizar um Seminário de Metodologia e Organização do Fórum Social Porto Alegre 15 Anos no dia 09 de Maio de 2015 das 9hs as 17hs na Casa dos Conselhos de Porto Alegre.
- Criar uma Comissão com paridade de gênero para organizar as propostas levantadas no Seminário e apresentar na Plenária. A Comissão será composta por: Silvia, Lélio, Malu, Sinistro, Eloá, Nenê, Mariana, Jakobasco.