O racismo tem atravessado a produção de subjetividade no Brasil de forma persistente. Os impactos das práticas racistas na saúde da população negra têm sido foco de investimentos nas políticas públicas nacionais e diretrizes internacionais para eliminação do racismo. É nesse contexto que se estrutura, em 2007, no Brasil, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Apesar da existência de uma produção científica consistente no campo biomédico sobre a relação entre racismo e saúde mental, esses conhecimentos não têm sido incorporados nas práticas de atenção à saúde. Nesse contexto, é frequente que a visibilidade dessa relação apareça apenas nos estágios mais graves e crônicos do sofrimento psíquico, como a esquizofrenia e a adição a drogas.
Os impactos do racismo no estresse, na baixa autoestima, na depressão, na pressão arterial e na violência doméstica contra as mulheres é um campo de estudos que ainda carece de incorporação nas práticas de atenção à saúde. Além disso, convivemos com o genocídio da população negra de forma naturalizada em nossa história, com dificuldades de legitimação social das políticas de ações afirmativas e retrocessos jurídicos que afetam mais diretamente a população negra, como por exemplo, a redução da maioridade penal.
Assim, objetivo desta oficina é discutir os efeitos do racismo na saúde mental da população negra e branca, e, as formas como as práticas da psicologia brasileira tem contribuído ou não para o enfrentamento da estrutura racial que atravessa a nossa produção de subjetividade.
– Participantes
Sílvia Regina Ramão – ONG Maria Mulher/ CEPIR- GHC
Eliana Xavier – CRP
Raquel da Silva Silveira – CRDH/Nupsex/UFRGS
Local: Escola Técnica Parobé Sala 4; 8:30