Em defesa da educação ambiental

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Durante o Fórum Social Mundial, educadores ambientais debateram a necessidade de um aprofundamento na implementação das políticas públicas. Em três espaços diferentes, o tema foi abordado através de rodas de conversas capitaneadas pela Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), cuja atuação tem sido voltada para articular as redes estaduais e temáticas, de forma a criar uma grande malha nacional de educadores ambientais. Esta malha é composta de ideais, práticas, utopias e objetivos que, compartilhados, tecem a cidadania necessária para a construção de uma cultura de paz e uma sociedade sustentável.

Conforme Jorge Amaro, doutorando em políticas públicas na UFRGS e membro da REBEA, as redes de educação ambiental são espaços de diálogo permanente, horizontalizados e que se articulam por temas e territórios e apresentam-se como uma importante ferramenta de mobilização dos educadores de todo Brasil. Temos como documentos políticos o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, a Carta da Praia Vermelha e a Carta de Belém como instrumentos que guiam nossos consensos.

Na manhã da quinta-feira (21/08) ocorreu o Fórum Temático de Educação Ambiental, onde foram discutidas diversas questões. Para Mauri Schneider  da Rede Linha Ecológica do Paraná “Este é o momento de estar unindo forças para movimentar as políticas públicas, pois vivemos um período de retrocessos e dificuldades para a educação ambiental”.

O comportamento da educação ambiental no Plano Plurianual 2016-2019 e a Base Nacional Curricular Comum foram objeto de crítica, pois não foi dado o devido protagonismo ao tema nos documentos, o que a reduz nas estruturas do estado.

Educação ambiental no licenciamento ambiental e no parlamento também tiveram destaque nas reflexões. Hoje, conforme dados oficiais da Câmara dos Deputados, são mais de 190 projetos que tramitam sobre educação ambiental e que precisam de um olhar atento das Redes e da sociedade.

Uma das propostas sugeridas na reunião extraordinária do Comitê Assessor da Política Nacional de Educação Ambiental foi revisitar o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), levando em conta o atual cenário, sobretudo com a introdução dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) na agenda brasileira até 2030.

É fundamental um novo PRONEA, que tenha uma dimensão aglutinadora, para assim fazer com que as ações de educação ambiental sejam convergentes e articuladas. Hoje por exemplo, as Escolas Sustentáveis não dialogam com as Salas Verdes. É necessário um programa que nos ajude ao menos a potencializar as ações e principalmente, definir diretrizes comuns aos entes federados.

Na manhã da sexta-feira (22/01) ocorreu um encontro para tratar sobre Escolas Sustentáveis, as quais são definidas como aquelas que mantêm relação equilibrada com o meio ambiente e compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias apropriadas, de modo a garantir qualidade de vida às presentes e futuras gerações. Esses espaços têm a intencionalidade de educar pelo exemplo e irradiar sua influência para as comunidades nas quais se situam. A transição para a sustentabilidade nas escolas é promovida a partir de três dimensões inter-relacionadas: espaço físico, gestão e currículo.

A escola sustentável precisa respeitar o meio ambiente, ser inclusiva, acessível e promover os direitos humanos, destacou Amaro.

Uma das deliberações da atividade foi a formação de uma rede para articular estas iniciativas, assim como a promoção de um encontro estadual no Rio Grande do Sul e em todas regiões do país em 2016. As experiências estão ocorrendo em todo país, mas ainda de forma isoladas. Também foi proposto que seja fomentado a criação de instâncias locais de gestão da educação ambiental, assim como políticas e programas municipais.

Conforme a educadora ambiental da rede municipal de Porto Alegre Aurici da Rosa “Nós que estamos na sala de aula, nas práticas cotidianas da escola, precisamos destes espaços de diálogo para qualificarmos a proposta de escola sustentável”.

Além de escolas públicas, participaram ainda do debate escolas privadas, pesquisadores, gestores e representantes de organizações não governamentais.

Conforme informações do representante do Ministério da Educação, em novembro de 2016 está prevista a realização da V Conferência Infanto-juvenil do Meio Ambiente e em 2017 ocorre o IX Fórum Brasileiro de Educação Ambiental em Santa Catarina. Estas são as duas grandes agendas de encontros nos dois próximos anos.

Saiba mais:

PDDE Escolas Sustentáveis

http://pdeinterativo.mec.gov.br/escolasustentavel/manuais/Manual_Escolas_Sustentaveis_v%2005.07.2013.pdf

Conferência Infanto-juvenil do Meio Ambiente

http://conferenciainfanto.mec.gov.br/

Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global

http://www.jorgeamaro.com.br/documentos.htm#02

Carta da Praia Vermelha

http://www.jorgeamaro.com.br/praia-vermelha.pdf

Carta de Belém

http://vhecologia.blogspot.com.br/2014/12/carta-de-belem.html

 

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